Projeto do campus Contagem apoia empresas produtoras de kombucha
Segunda-feira, 22 de setembro de 2025
Ação gerou resultados e fábricas apoiadas conquistaram prêmios nacionais
Um projeto de extensão do campus Contagem do CEFET-MG trouxe reconhecimento internacional para fábricas de kombucha da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Criado em 2021, durante a pandemia de covid-19, o projeto “A Química da Kombucha – Rede de apoio ao microempreendedor mineiro da kombucha” foi selecionado pelo programa IF Mais Empreendedor Nacional.
A iniciativa é coordenada pelo engenheiro químico Thiago Cunha e ofereceu consultoria técnica gratuita a cinco pequenas fábricas de kombucha mineiras: Empório da Gabi, Kurei Kombucha, Live Kombucha, Ponto Eko e Tropicália Kombucharia. O projeto focou em capacitar esses empreendedores na produção da bebida fermentada, introduzindo técnicas de fermentação em escala industrial, análises físico-químicas e microbiológicas, além de estratégias para dar visibilidade ao produto. Para Thiago, “o CEFET-MG e o programa IF Mais Empreendedor demonstraram na prática como a parceria entre academia e setor produtivo pode fortalecer negócios locais afetados pela crise sanitária”.
O resultado do apoio foi transformador. Com a orientação de especialistas do CEFET-MG, três das cinco kombucharias conseguiram obter registro junto ao Ministério da Agricultura (MAPA), requisito obrigatório para comercializar bebidas fermentadas no Brasil. Esse processo de regulamentação envolveu adequação às boas práticas de fabricação e controles de qualidade rigorosos, garantindo a segurança do produto e a conformidade legal.
Além disso, com a base técnica fortalecida, as kombucharias mineiras passaram a se destacar em competições de grande relevância no Brasil e no exterior. Em 2025, a Tropicalia Kombucharia obteve medalha de ouro na Copa Latino-Americana de Kombucha, com sua formulação de maracujá e hibisco, e duas medalhas de prata na Brasil Kombucha Cup. A Ponto Eko conquistou medalha de prata com a kombucha de maracujá e capim-limão. E a Kurei Komnbucha conquistou medalha de ouro no Brasil Kombucha Cup, com a formulação de mate, limão e guaraná.
“Essas conquistas evidenciam a maturidade técnica e a criatividade das empresas mineiras, que se projetaram além do cenário nacional e passaram a ocupar espaço de destaque no mapa internacional da kombucha”, afirma Thiago. As empresas se preparam agora para buscar reconhecimento global, com a participação no World Kombucha Awards, que acontece em outubro, em Barcelona (Espanha).
O projeto de extensão catalisou também o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas e inovação no setor. O LABKOM, empresa de consultoria que nasceu a partir da experiência acumulada no projeto, desenvolveu processos inéditos relacionadas à fermentação de kombucha. Uma de suas principais criações foi o SUPERKOM, o primeiro SCOBY (cultura simbiótica de bactérias e leveduras) de kombucha no Brasil com rastreabilidade e certificação de segurança alimentar pelo MAPA, voltado exclusivamente para uso em fábricas.
Para o engenheiro químico, as conquistas representam a união entre ciência, educação e empreendedorismo. “O que começou em 2021 como uma ação emergencial de apoio a microempresas durante a pandemia transformou-se em uma história de sucesso institucional. As kombucharias apoiadas não apenas sobreviveram à crise, como alçaram voo, conquistando regulamentação, prêmios e oportunidades inéditas. Hoje, projetam o nome de Minas Gerais e das instituições que as apoiaram no cenário global da economia criativa e da indústria de alimentos e bebidas”, explica.
Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – CJC
SECOM/CEFET-MG,
com informações dos organizadores do projeto