CEFET-MG reajusta valores das refeições após dois anos sem aumento
Terça-feira, 26 de agosto de 2025
Novos preços passam a valer no dia 1º de setembro; medida acontece após série de reuniões com representações estudantis

Após dois anos sem reajuste, o CEFET-MG vai precisar modificar os valores das refeições nos restaurantes estudantis. A medida começa a valer a partir do dia 1º de setembro e acontece após meses de diálogo com a comunidade acadêmica.
A inflação dos alimentos e os custos da mão de obra fizeram a refeição custar, em média, R$ 12,90 em 2024 e R$ 13,54 em 2025. Ao pagar R$ 3,20 por elas nos dois últimos anos, o estudante contribuiu com 24,81% do valor em 2024 e, neste ano, contribui com 23,63%. No mesmo período, o orçamento da Instituição se manteve estável.
Para cobrir os custos acumulados com os restaurantes, a participação dos estudantes no valor da refeição deveria ser de 30%, custando, este ano, R$ 4,05. Ciente do impacto financeiro na vida dos alunos, a Diretoria de Desenvolvimento Estudantil (DDE) se reuniu nos últimos meses com as representações estudantis (grêmios, diretórios acadêmicos e Diretório Central dos Estudantes) para explicar o cenário.
Após diversas negociações, ficou estabelecido que o novo valor, este ano, passa a ser de R$ 3,90 para alunos de nível técnico e de graduação; R$ 6,50 para a pós-graduação; e R$ 13,50 para servidores e visitantes. Os participantes dos programas de bolsas continuam isentos do valor das refeições.
Pressão orçamentária
Em um cenário de aumentos de custos com mão de obra e gêneros alimentícios a cada ano, o valor que o CEFET-MG precisa arcar por refeição servida aumenta constantemente. “Considerando que os recursos da Instituição permanecem estáveis, o reajuste da tarifa paga pelos estudantes contribuirá para a sustentabilidade financeira do Programa de Alimentação”, destaca o Diretor de Desenvolvimento Estudantil, professor Leandro de Andrade.
A medida também busca preservar os recursos da Assistência Estudantil, que devem ser direcionados aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Essa medida permitirá que, no próximo ano, comecemos o estudo para estruturar faixas mais amplas de isenção para aqueles que mais necessitam de apoio, promovendo, assim, a ampliação do acesso à alimentação e fortalecendo as ações de permanência estudantil”, pontua.
Ainda segundo o diretor, o equilíbrio financeiro também vai possibilitar um planejamento mais eficaz para o início das operações dos novos restaurantes estudantis em construção nos campi de Timóteo, Leopoldina e Nepomuceno, conquista aguardada há muitos anos por suas respectivas comunidades.
Outro lado
Em ofício enviado à Diretoria de Desenvolvimento Estudantil, o representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Victor da Silva, demonstrou entendimento quanto às justificativas apresentadas de reajuste nos valores das refeições, mas destacou os impactos financeiros da medida na vida dos estudantes, e reforçou a necessidade de melhorias na qualidade das refeições, além de modernização no sistema de pagamento dos restaurantes, que atualmente aceita somente em dinheiro em espécie.
O Grêmio Livre Estudantil Arnaldo Cardoso Rocha, que representa os estudantes dos cursos técnicos, manifestou-se por ofício enviado à DDE. No texto, a entidade diz compreender que o aumento é consequência da elevação geral de preços dos alimentos e dos serviços em todo o país e, principalmente, dos cortes orçamentários do atual governo. No entanto, ressalta que a atuação na luta contra a diminuição no orçamento deve ser unificada entre todas as categorias da Instituição para a defesa da assistência estudantil necessária para a manutenção de uma educação pública de qualidade. “É dever da DDE e da Diretoria Geral (e dos demais órgãos responsáveis pela distribuição do orçamento que a Instituição recebe) ter como prioridade máxima a manutenção de uma alimentação barata para todos os estudantes”.
Coordenação de Jornalismo e Conteúdo – SECOM/CEFET-MG