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CEFET-MG

Línguas Indígenas da Amazônia: reflexão sobre sua história e estado atual

Quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Na segunda-feira, dia 30 de setembro, o professor Bruno Lomas proferiu a palestra Línguas Indígenas da Amazônia: reflexão sobre sua história e estado atual.

A palestra teve por objetivo chamar a atenção para as raízes históricas do fenômeno que levou a ONU a declarar este ano de 2019 como o ano internacional das línguas indígenas: o perigo de extinção a que muitas delas estão sujeitas. Tendo como base, principalmente, o livro de José Ribamar Bessa Freire, Rio Babel: a história das línguas na Amazônia (2004), esboçou-se as motivações de ordem prática que levaram os portugueses, especialmente os religiosos, a adotar o tupinambá como língus de intercâmbio com os nativos durante a maior parte do período colonial. Ao travarem contato com povos de línguas distintas, ensinavam a eles o tupinambá, e essa intenção deu origem, ao longo das décadas, ao que veio a se chamar posteriormente língua geral ou nhengatu.

A língua geral foi incentivada e ensinada durante a maior parte do período colonial, o que somente mudou quando Portugal teve necessidade de preocupar-se com a disputa por território. A língua, diretamente associada à identidade, cumpre papel afirmativo nesse processo. A proibição da comunicação por meio da língua geral, decretada em 1757, constituiu uma estratégia política para a disseminação do português que, por conseguinte, provocou um progressivo processo de enfraquecimento da língua de origem indígena. Em 1840, com a Cabanagem, mais de 40 mil falantes de língua geral foram mortos, o que contribuiu sobremaneira para o declínio da referida língua e estabelecimento e consolidação do português como língua hegemônica. O professor Bruno esclareceu que ainda hoje existem ressonâncias sociais e culturais da imposição dessa política linguística, que contribuem para a segregação e o preconceito com relação à identidade e à cultura dos povos indígenas da Amazônia.

Perante a premente necessidade de abordagem das línguas e culturas das populações indígenas amazônicas no presente contexto, que têm sido, de diferentes maneiras, ameaçadas e atingidas, aliada ao conhecimento e à experiência do professor Bruno acerca do tema, podemos concluir que a palestra constituiu uma excelente oportunidade de aprendizado e ampliação do repertório cultural de nossos alunos. Eles demonstraram interesse e entusiasmo pela ação, que integra o calendário de atividades da Comissão de Arte e Cultura.

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